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Motivação, prazer e TDAH: Como a dopamina influencia asescolhas diárias.

Foto do escritor: psicologabrunamarqpsicologabrunamarq

Você já se perguntou por que algumas tarefas parecem insuportáveis, enquanto outras são tão

envolventes que o tempo voa? Para pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção e

Hiperatividade (TDAH), essa discrepância pode ser maior, e a explicação está na química cerebral.

A Dopamina, conhecida como o “neurotransmissor de motivação e recompensa”, desempenha um

papel central nas escolhas e comportamentos diários, especialmente em quem vive com TDAH.


A dopamina é um mensageiro químico do cérebro, responsável por regular a sensação de prazer,

recompensas e motivação. Funciona como um sistema interno de feedback positivo: quando

completamos uma tarefa ou experimentamos algo agradável, nosso cérebro libera dopamina,

gerando uma sensação de satisfação e incentivando a repetição desse comportamento.


No entanto, o cérebro de uma pessoa com TDAH apresenta alterações significativas no sistema de

dopamina. Estudos apontam que níveis reduzidos desse neurotransmissor ou um funcionamento

menos eficiente de seus receptores estão diretamente ligados aos sintomas do TDAH, como

dificuldade de concentração, impulsividade e busca incessante por estímulos.


Essa relação alterada com a dopamina explica por que pessoas com TDAH frequentemente evitam

tarefas monótonas ou não recompensadoras, mesmo que sejam importantes. O sistema de

recompensa "não dispara" da mesma forma, tornando atividades como estudar, organizar

documentos ou seguir uma rotina extremamente exigente e rígida.


Por outro lado, atividades que oferecem uma recompensa imediata – como jogos eletrônicos,

redes sociais ou outras ações estimulantes – liberam picos de dopamina, criando um ciclo em que

o cérebro busca constantemente essas fontes de prazer instantâneo. Essa busca por estímulos

pode levar à procrastinação, baixa produtividade e até mesmo sentimentos de culpa ou

inadequação.


Embora o TDAH tenha uma base neuroquímica, ou seja, é o funcionamento cerebral diferente de

outros, isso não significa que as dificuldades não possam ser trabalhadas. É aqui que o processo

terapêutico entra como uma ferramenta essencial para ajudar o indivíduo a criar estratégias que

compensem as dificuldades geradas pela baixa eficiência da dopamina.


  • Estratégias de Recompensa Pessoal: A psicoterapia ajuda a identificar e criar recompensas

específicas para tarefas menos estimulantes, “enganando” o sistema de recompensa do

cérebro e incentivando a conclusão dessas atividades.


  • Planejamento e Rotina: Trabalhamos em terapia com técnicas que tornam tarefas complexas

mais gerenciáveis, como dividir grandes projetos em etapas menores, aumentando a sensação

de progresso e, consequentemente, a liberação de dopamina.


  • Controle da Impulsividade: Terapias como o cognitivo-comportamental (TCC) ajudam a

considerar padrões impulsivos e desenvolver formas mais saudáveis e funcionais ​de buscar

prazer.


Viver com TDAH pode ser desafiador, mas entender que existe uma base biológica para essas

dificuldades é o primeiro passo para se entender e assim conseguir criar mecanismos para driblar

tais dificuldades. O auxílio terapêutico não apenas ajuda no gerenciamento dos sintomas, mas

também permite que o indivíduo descubra um caminho mais equilibrado e flexível para seguir em

suas escolhas diárias.


Se você sente que evita constantemente tarefas importantes, busca recompensas rápidas ou

dificuldades para organizar suas prioridades, pode ser hora de procurar ajuda profissional. A

psicoterapia não ajusta apenas o comportamento; ela ajuda a entender como sua mente funciona,

criando um ambiente para mudanças positivas e saudáveis.

Afinal, a dopamina influencia na nossa vida mais do que imaginamos – e aprender a trabalhar com

ela, e não contra ela, pode transformar seu dia a dia. Lute contra a desorganização e a procrastinação! Agende sua consulta e descubra estratégias para viver com mais equilíbrio e motivação.

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